E não aconteceu o inesperado
Ou seja, tudo correu como seria de esperar…
O Marítimo perdeu, o Campeonato acabou (cedo, ainda em
Janeiro) após uma 1ª volta da fase decisiva com dois jogos com perda de pontos
(Machico e Nacional). Esta equipa teve o azar de ter sido escolhida pelo Clube para a
implementação de novas ideias de jogo, tendo sido virada do avesso e o
resultado acabou por ser ... este.
A equipa entrou defensiva. Com um meio campo a jogar baixo,
sem possibilidades de ser um apoio construtivo para os avançados que lutavam
sós, de costas para a baliza, no meio dos adversários. Sem surpresa, pois foi
sempre essa foi a opção (desde o início da época).
O jogo teve duas partes distintas. Na primeira parte, o Marítimo
conseguiu estar por cima do jogo, sempre à custa de um grande esforço do
ponta-de-lança Henrique Araújo, impedindo a progressão livre do central Brazão,
sempre obrigado a entregar a bola para os colegas, à distância, no meio campo do Marítimo.
Aí, a concentração de jogadores verde-rubros assegurava que o Nacional não rececionava
com facilidade, não conseguindo construir. Algumas oportunidades, alguns erros
do árbitro, mas nenhum resultado. A bola chegava aos repelões a Henrique Araújo,
Simão e Gonçalo Luis que, com poucos apoios próximos iam fazendo o que podiam.
Zero a zero no descanso.
Na segunda parte, o treinador do Nacional fez as mudanças
esperadas. Bom conhecedor da sua equipa e da do adversário (e fez por isso, assistindo a muitos dos nossos jogos), colocou os jogadores
mais velhos pois tinha iniciado o jogo com 8 jogadores de 2002 (eram 5 no Marítimo)
que, com Sidico (contratação deste ano)
viraram o jogo, concretizando três vezes, com eficácia, na sequência de
jogadas apoiadas. Bastou recuar um pouco o meio campo, ocupando o espaço vazio entre linhas deixado livre pelo Marítimo, de onde começaram a partir os ataques apoiados, com sucesso.
Não se entende a opção, para o jogo, de uma nova bola (balão,
saltadora) que ninguém gosta. O árbitro enganou-se algumas vezes, mas não o suficiente para
ter efeitos no resultado.
O 3-1 final (golo verde-rubro de Henrique Araújo de grande
penalidade) acaba por ser o tal resultado esperado, face à desadaptação
evidente da equipa a um tipo de jogo que privilegia sempre a procura de bola (correria,
atitude, pressão) e não a sua manutenção e posse (construção, domínio e
controlo de jogo). Um sistema que, nos jogos mais equilibrados (C.Lobos na 1ª
fase, União, Machico e Nacional na 2ª fase) demonstrou ser má opção pois a
necessária resposta a um qualquer golo do adversário colocava a equipa sem
soluções preparadas previamente para ir atrás do golo. Agora, não há remédio
possível. Mais uma vez, será o Nacional a tentar o Campeonato Nacional.
Resta fazer os jogos finais deste campeonato, já sem
objetivos coletivos realistas e jogar a Taça da Madeira. Ou seja, mais do
mesmo… Tudo começa tarde e acaba cedo. Muito mau para os jogadores e para um
processo formativo que deveria ser contínuo e evolutivo. Em crescendo…