Há dois anos, em 2010, o Andorinha venceu as "A Trapalhanças". Pela frente, parabéns, jogaram bem. Ganharam. Por detrás, os comentários usuais quando ... não é o Nacional o vencedor.
Só aí, quando o Nacional ganha, a formação é fantástica e está no bom caminho.
Em 2010, o Andorinha - disseram - "só mandava pontapé para a frente". Afonso Figueira apanhava e marcava. No ano seguinte, Afonso Figueira (e mais uns colegas do Andorinha) estavam no Nacional.
Este ano, venceu o Marítimo [ver aqui o vídeo da final]. Mais uma vez, o futebol não se ajusta às criancinhas. A formação está errada - voltaram a dizer. Mas agora, tendo sido o Marítimo a ganhar, será pouco provável que haja reforços na Choupana no ano seguinte...
Porque está errada a formação (dizem)?
O Marítimo não manda pontapés para a frente. Sai a jogar...
Os jogadores não são "fuções". Ok.
Era bom que fossem? Parece que sim...
Jogam e dão a jogar. Já têm o espírito do colectivo. É necessário terem skils individuais? Sem dúvida. Nem que seja para saberem escapar (com a bola) da barafunda...
E ao defender? Porque não podem dobrar um colega ultrapassado por um "fução" adversário? O sistema "homem a homem" obriga-os a ficarem a ver? Ou pode haver um movimento colectivo de compensação em harmónico?
Uns dizem que sim, outros dizem que não.
Será por descartarem, à partida, os não "fuções", que as (grandes) escolas de futebol portuguesas não conseguem produzir nº 10s e pontas de lança?
Será também porque mudou as regras pré-estabelecidas (saía sempre a jogar, sem pontapé para a frente) que o Marítimo fez, como fez, a Liga Sagres de 2011/2012? Terá Pedro Martins (o impacto do futebol do Barcelona é inegável nos dias de hoje) implementado uma "formação" diferente no Marítimo?
Terá frutos? Vamos ver.
Tudo isto, sem prejuízo - sempre - do trabalho técnico individual das crianças que deve ser aprofundado (muito e cada vez mais). Mas não só "fuçando". Também recebendo, gerindo, escondendo, fugindo, passando, centrando e rematando.
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17/06/2012
Vitória sempre desvalorizada
2 comentários:
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Ainda ontem falei com um Director do Nacional,que tem a pasta do futebol jovem,onde este disse não perceber a forma como a equipa de benjamins se comportou em campo na final jogada com o Nacional,onde priviligiou o colectivo em detrimento das individualidades e disse ainda que a politica deles é que está certa porque nos últimos anos têm se destacado nos titulos conquistados.Ainda bem que a nossa equipa joga desta maneira,ainda bem que o treinador trabalha desta forma,pois para fazer "skils" mando o meu filho fazer na garagem do prédio.Continuem a menosprezar o valor desta equipa,pois são estes comentários que nos dão força para continuarmos a ser melhores que os adversários.
ResponderEliminarNão querendo entrar naquela onda clubística irracional e demente, já há algum tempo que partilho a sensação do que aqui se escreveu.
ResponderEliminarIsso acontece sobretudo ao ler as reportagens do "DN". As vitórias do nacional são sempre super-valorizadas, ao contrário das do Marítimo (onde se inclui as desta fabulosa equipa de benjamins).
Posso estar muito errado, posso estar a ser levado pela "clubite", mas tentando analisar de forma fria e racional é a sensação com que fico.
Nos últimos anos, por questões várias, julgo que descuramos um pouco a formação (posso estar errado e esta pode ser uma crítica injusta, é um opinião pessoal), mas parece-me que temos vindo a melhorar imenso, existindo ainda um longo caminho pela frente para atingirmos a excelência e podermos ser uma equipa reconhecida a nível nacional e internacional pelo bom trabalho nas formações jovens.
Esperemos que, como próprio Presidente já reconheceu, se aposte fortemente nesta área, quem sabe com a criação de uma academia.